Tenho uma tendinite, e agora?
Fitness woman suffering from shoulder injury while exercising. Sky copy space background.
Já todos ouvimos histórias de familiares e amigos que receberam o diagnóstico “Tendinite” acompanhado da notícia: “Não tem solução, vai ter de aprender a viver assim”; “Vai tomar anti-inflamatórios e fazer algumas sessões de fisioterapia para aliviar as dores”. Mentalizam-se que nada mais há a fazer e não escapam à ocasional baixa médica. Dormem e acordam com aquela dor incomodativa. Com o tempo percebem que “se não chatear a tendinite, a tendinite não os chateia”, mas o problema persiste.
Antes de tudo é preciso perceber o que é a “tendinite”. Analisando a semântica, temos uma inflamação do tendão. Mas se assim fosse, um tratamento à base de anti-inflamatórios resolveria o problema. Alguns comprimidos, uns dias de crioterapia (gelo) e repouso seriam suficientes. A verdade é que isso não acontece. Portanto, a “tendinite” não pode ser só uma inflamação no tendão.
Actualmente o termo “tendinite” está a cair em desuso e passou a falar-se em tendinopatias ou tendinoses. Posto isto, o que são as tendinopatias? E haverá ou não tratamento?

Uma tendinopatia é uma lesão do tendão, que se classifica de diferentes formas de acordo com a localização: Paratendinite, Tendinose, Paratendinite com tendinose e Tendinite.
Havendo um correto diagnóstico é possível tratar efetivamente uma tendinopatia. No entanto a abordagem terapêutica terá que ir muito além do tratamento convencional.
A correção postural, a normalização da tensão miofascial e a reeducação muscular são fundamentais para uma abordagem mais eficaz. Recentemente foi desenvolvida uma técnica que destrói o tecido degenerado e provoca uma resposta inflamatória do próprio organismo, que iniciará um processo de regeneração do tendão. Falamos do conceito de Eletrólise, utilizado na metodologia EPTE e EPI. Este método está indicado para todos os tipos de tendinopatias, inclusive as crónicas (mais de 6 meses). Portanto, não precisa de acolher a “tendinite” no seu seio familiar. Não nasceu com ela, não precisa de viver com ela.
O que é a EPTE?
A EPTE – Eletrólise Percutânea Terapêutica, é uma técnica revolucionária que consiste na aplicação de uma corrente elétrica galvânica através de uma agulha de acupuntura directamente no tecido danificado. A reacção quimica gerada nos tecidos vai “romper” o tecido fibrótico degradado e criar uma resposta inflamatória controlada e adequada para a sua regeneração e reparação, sem afectar os tecidos saudáveis envolventes.
De uma forma simplista, é uma técnica que induz a auto-regeneração do tendão.
Quais as indicações para a EPTE?
A EPTE está indicada em todos os casos de tendinopatias (tendinites, entesopatias, etc.), quer crónicas quer agudas, com ou sem calcificações, tais como:
- Tendinopatias da coifa de rotadores (ombro) – supraespinhoso e longa porção do bicipite
- Epicondilite (tendinopatia do cotovelo)
- Tendinopatia do tendão de Aquiles (pé)
- Fasciite plantar (planta do pé)
- Entesite do calcâneo
- Entesite dos isquiotibiais (parte posterior da coxa)
- Pubalgia (entesite dos adutores ou abdominais)
- Tendinopatia do rotuliano
- Entre outros.
Adaptado do texto publicado no jornal Região de Águeda.
Fisioterapeuta Vanessa Domingues
